Numa tarde ensolarada e quente, em época antiga que não se pensava em ecologia e natureza, cinco primos beirando os 16 anos, estavam conversando na protegida sombra do sítio em Guaíba, RS. No instante seguinte alguém grita:
- " Olha o bicho. Corram todos pra dentro de casa"!
Não precisou segunda ordem e, portas fechadas, espiando pelas janelas, o lagarto, mansinho, de metro e pouco, calmamente se dirige ao lixo e delicia-se com os restos dos alimentos. Imediatamente começa o plano para capturá-lo. Um anzol grande, corda grossa, carne e um porrete pesado. A isca é colocada por quatro dias e nada do " bicho " se prender. Troca de local e estratégia. Desespero da platéia. No quinto, fisgado pelo anzol, bem imobilizado, com duas pauladas do mais corajoso, ato de bravura e coragem, está inerte e facilmente encovado no terreno arenoso. Vitória consagradora.
Dia seguintechega a vizinha, alemã, de nome D. Ketti, para a visita, quando os pequenos da família, inocentemente, logo vão contando o acontecido. Ela já tinha desconfiado de algo, pois o lagarto havia desaparecido, e exclama:
- " Mataram o Chico, o meu Chico de estimação"!
Confusão geral, pedido de desculpas dos pais e castigos para os " assassinos ".
Roaldo Hochheim
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